Contos para meninos que adormecem logo a seguir

A BRUXA E O LENHADOR

     A bruxa do bosque estava apaixonada pelo lenhador do bosque. Mas o lenhador do bosque não gostava da bruxa do bosque  que por ela ser muito feia.

     Então a bruxa do bosque decidiu fazer uma poção para que o lenhador do bosque ficasse apaixonado por ela quando a bebesse.

     A bruxa do bosque acendeu o lume, pôs-lhe o seu caldeirão de ferro em cima, e meteu lá dentro um olho de sapo míope, três assas fumadas de morcegos, baba de escaravelho, unhas de gato preto com manhcas brancas, dois pêlos da nuca de um macaco e sei lá quantas coisas mais. Deu a beber a poção ao lenhador do bosque, mas o lenhador do bosque não ficou apaixonado pela bruxa do bosque.

     Então a bruxa do voltou a acender o lume, voltou a pôr-lhe em cima o caldeirão de ferro e meteu lá dentro dois litros de água, um quilo de costeletas de porco, uma pitada de sal, uma cebola, duas cenouras, um pimento, tomilho, louro, salda, dois dentes de alho, um tomate e um fio de azeite. A bruxa do bosque preparou um delicioso cozinhado que ofereceu ao lenhador do bosque. E o lenhador do bosque gostou tanto do cozinhado, que se apixonou pela bruxa do bosque, porque o lenhador do bosque era muito comilão.

O monstro

O pequeno Marcelo, pouco depois de se ter deitado, gritou:

- Mamã! Mamã! Está um monstro debaixo da minha cama!

A mãe de Marcelo entrou no quarto.

- Está um monstro debaixo da minha cama! – Gritava Marcelo.

E a mãe disse-lhe:
- Pois claro que está um monstro debaixo da tua cama, Marcelo. Nós somos uma família de monstros. O teu pai é um monstro. Eu sou um monstro. Tu e o teu irmão são dois monstros. Dormem num beliche, e o teu irmão dorme por baixo. Por isso há um monstro debaixo da tua cama.

   Marcelo acalmou-se, e dormiu a noite toda.

O lápis

A mãe da Daniela, depois afiar muito bem o lápis, começou a fazer desenhos num bloco para entreter a menina, que estava sentada ao seu lado. A mãe da Daniela desenhou um leão, e depois desenhou uma borboleta, e depois desenhou um crocodilo, e depois desenhou um cavalo, e depois desenhou uma avestruz, e depois um cão, e depois desenhou um gato.

   A pequena Daniela pensou: «Este lápis está cheio de animais por dentro!».

   E num momento em que a mãe se ausentou, decidiu abrir o lápis para ver os animais que estavam lá dentro. Conseguiu partir a madeira do lápis e deixou a descoberto a mina, cinzenta e comprida. A pequena Daniela disse:

- Ena. Dentro do lápis já só estava uma minhoca.